Na última quarta-feira (05), o SindhotéiS participou da Oficina de Promoção de Trabalho Decente nos Grandes Eventos: Copa do Mundo FIFA 2014, no auditório da Casa do Comércio, em Salvador. O evento foi realizado pela Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego na Bahia (SRTE/BA), com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), reunirá representações dos Trabalhadores e Empregadores dos segmentos de hotelaria e vigilância, do Governo Federal, Estadual e Municipal, do setor de Economia Solidária e Sociedade Civil Organizada.
A Superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Isa Simões, disse que “a intenção foi reunir todos para um mesmo caminho e direção. O nosso desafio é enorme, pois estamos tentando tornar o mundo do trabalho digno e seguro que resulta na construção de um país melhor para todos os brasileiros”.
Durante o evento vários representantes, do Governo Federal, Estadual, Municipal, entidades sindicais e organizações não governamentais apresentaram um panorama do mercado de trabalho atual e divulgaram estratégias de como melhorar as ações, além disso também assinaram o Termo de Compromisso pelo Emprego e Trabalho Decente na Copa do Mundo FIFA BRASIL de 2014 por parte de instituições do Governo Federal, Estadual e Municipal, entidades sindicais e organizações não governamentais.
O diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh) também representou o SindhotéiS no evento, Wilson Pereira, disse que os trabalhadores estão dispostos a atuar em prol do trabalho digno e que não concordam como o vínculo de trabalho temporário de 14 dias, sem garantias e sem salário digno. Ele citou ainda que existe a Lei 9,61 para contratação temporária e que os trabalhadores não devem aceitar acordo de 14 dias. Sobre formação profissional o advogado declarou, “não temos tempo, faltam apenas quatro meses para a Copa, não tem como aprender línguas nesse prazo, o curso deveria ter sido iniciado há dois anos”. Pereira destacou ainda a ação dos empresário em impedir as greves, “a Lei geral da Copa impede a greve e o patrões se utilizam de interditos proibitórios para impedir a greve”.
O presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Segurança e Vigilância do Estado da Bahia, José Boaventura, falou sobre a realidade dos seguranças no Estado, “os seguranças sofrem com jornadas excessivas, alimentação precária e em local inadequado entre outras questões do dia-a-dia”. O secretário da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Elias Machado, destacou que o trabalho decente agrega um adjetivo que é entendido por todos os trabalhadores e que todos sabem o que é exercer um trabalho decente, “só vamos poder exercer o trabalho decente com a ajuda da segurança pública”. O secretário também anunciou a implantação de um centro de monitoramento contra a discriminação racial na avenida sete de setembro.
A chefe de gabinete da Secretaria do Trabalho Emprego Renda e Esporte (Setre), Olívia Santana, representou o Governo do Estado na ocasião, para ela “mobilizar pessoas para eventos durante o período de férias não é fácil, mas o empenho de todos resultou no sucesso dessa ação”. Sobre o trabalho decente ela disse, ” o mercado de trabalho precisa refletir a diversidade que estará presente na Copa, os empregadores precisam oferecer empregos de qualidade. Não podemos fazer uma Copa de pisos, onde negros e negras recebem piso e os melhores salários ficam para os outros”.
O secretário Estadual para Assuntos da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, Ney Campello, fez várias reflexões sobre o tema, “o evento Copa se distingue dos demais como o Carnaval, pois a projeção de imagem que ela possibilita é bem maior com audiência, somente no sorteio final foram 2 bilhões de pessoas assistindo”.
Durante a palestra “Grandes eventos e os desafios para o trabalho decente, o especialista em estatísticas laborais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), José Ribeiro, expôs alguns dados sobre as 12 cidades-sede, revelou que serão 183 bilhões de reais injetados na economia e investimentos de 33 bilhões em infraestrutura. Sobre os riscos que o país terá durante o evento ele citou: trabalho informal e precário exercido em condições degradantes, acidentes de trabalho, jornada exaustiva, exploração de crianças, escravidão e tráfico de pessoas e problemas ambientais com a população no entorno dos estádios”.
